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Mostrando postagens de março, 2011
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Um buraco se abriu na noite preta, na noite eterna. Um sulco no muro da loucura, um rasgo no véu da incerteza. LUZ! LUZ! Após dias, pares de meses de sonambulismo embriagado. Acordei ainda meio trôpega do pesadelo e vi por entre as ramagens o sol refletir na lama a qual estive mergulhada. Há lampejos de medo e desespero ainda. Há desconfianças de que uma felicidade que está por vir seja verdadeira. Há, sobretudo, mágoa pura cristalizada por todos os lados. Talvez um breve relato como esse possa revelar um tímido regato a dividir meu coração e amolecer as emoções coaguladas. Que as deixe fluir! Que vão ternas e tranquilas pelo caminho do arroio desvalido. Atualmente PJ Harvey vem cosendo os lábios de minhas feridas e desentupindo os canais lacrimais. O músculo mole que palpita mal e mal no peito já havia se acostumado à lama que o atiraram quando... Quando lá atrás das folhagens um pedaço azul de céu se revelou trazendo calma e esperança: DEUS. Saber e sentir Ele - seja força interna de
Comecei a tremer e os gritos surgiram. Quem não soube me criar ainda me destrói. Por que Deus? Se meu fardo é a loucura, peço perdão e digo que vou lutar. Vou lutar pela sanidade, pelo bem, pelo amor. Minhas armas serão limpas, na medida do possível. Sempre foram! Não dá, não dá pra viver num inferno constante, onde o lodo tenta te engolir toda vez que você se ergue. "Se eu for ali dar a bunda pra trazer dinheiro pra você vou prestar rapidinho." Ela não presta pra nada - foi o que ele disse. Nesse momento está me amaldiçoando. Praxe. Toda palavra da boca do inferno pra boca dele. Toda ingratidão travestida num "cordeiro vitimado". A loucura. Talvez todas as causas mortis da família tenham sido, de certa forma, ela. Eu estou aqui, agora, tranquila com uma mandioca frita não mastigada entalada na garganta. Descer e pegar algo pra beber é inviável. A tristeza, o sangue quente e o risco iminente de que a porta se abra e não haja pra onde fugir... Tudo borbulhando em lem

Posso gritar: 'Calem a boca!"?

O peito pesando de ansiedade intensa. - 'A moça maquiada ao lado no banco do ônibus tem problemas como você'. Quando recebi o sorriso de uma estranha em meio a uma confortante conexão humana me emocionei. Chorei de leve pra não borrar a maquiagem feita às pressas para acompanhar a entrevista de hoje. Cansaço mental. Não consigo concentrar com tanta gente se lamentando ao redor. Falando asneiras, perdendo tempo, me atrapalhando. Fico quieta aqui com meus problemas. Todos eles. Vão-se os anéis e ainda querem levar meus dedos. Levem minh'alma, se suportarem o peso. Primeiro semestre de 2011 está surrealmente apocalíptico. Nunca imaginei que meus limites fossem tão elásticos. Só tenho medo ao pensar até onde eles podem esticar. Dor. Descasos e escassos amigos, de fato. Sinto a corda apertar no pescoço se ajustando à base da cabeça. Se eu não puxo alguém puxa. Abuso. Fazer muito para receber pouco. É assim que caminha a vida. Estou no meio da escadaria. Não dá pra voltar e eu nã