Ultimamente leio muitas coisas e não leio nada. Tanto blablá , tanta farofada em meio às palavras me deixam cansada. Falta-me um bom livro, daqueles gordos, os que param em pé na estante, entende? Mentira. Até leio uns muito bons. Larguei Clarice ao meio para ler um para a faculdade. Bom, mas prefiro a leveza e a profundidade das palavras de Clarice . Gosto do modo como ela sangra as palavras. Como as faz contorcer e gotejar o saber do mundo. O mal é que leio demasiadamente devagar. Me demoro meses num livro. O bom é que leio sempre mais de um. Uns quatro ao mesmo tempo. Assim se faz um suspense, como quem assiste a várias novelas ao mesmo tempo e tem de esperar pelo próximo capítulo. O que não entendo é essa gente que lê em dois dias ou como dizem "numa sentada". Ah, não! Pra mim não serve! Tenho de saborear as palavras, voltar uma página atrás, estudar o ritmo. Sentir o autor resfolegar. E faço pausas graves para ruminar o que foi lido. Pausas para sonhar. Numa sentada nã
Postagens
Mostrando postagens de agosto, 2010
- Gerar link
- Outros aplicativos
Sabe, eu não tenho escrito ultimamente. Às vezes escrevo longas histórias ou relatos em minha cabeça ao mesmo tempo em que eles ocorrem, mas não chegam a virar tinta em papel. Minha cabeça anda se adaptando à essa realidade toda, tentando se adaptar. Fazendo o possível para superar o julgamento das pessoas - e o próprio. Ando com as vísceras penduradas para fora e não procuro mais uma forma de escondê-las. Penso que estou tentando admitir minha identidade sem abafar muito as imperfeições, porém não fazendo alarde. Existem muitas idéias em minha cabeça para o amanhã que é agora. Confesso que me falta boa vontade, força, condição para assumir que eu posso passar por cima de todas essas pedras e me sair bem. Também, depois de tantas lapadas da vida, há de se ficar desconfiada... Estou avaliando minhas possibilidades e sei que todas são bem vindas, mas demandam muito trabalho. Acho que essa fase de me recuperar e fortalecer está longa demais. Se levar em consideração a premissa de que ca
- Gerar link
- Outros aplicativos
A vida nem sempre parece justa, mas acho que deve até ser no fim das contas. Tantas coisas já aconteceram, que se me dissessem no primeiro dia que o resto ia ser assim eu não ia acreditar. Eu estive dando mais importância quando a vida me sangrava e ultimamente tenho brigado com isso num ato implacável de erradicar esse mau. A diversidade é companhia certa, então se você vai pra alto mar é melhor saber que corre o risco de marejar. Hoje me encontro exatamente onde deveria estar, apesar de não ser exatamente o que eu gostaria. Penso todos os dias, todas as noites e sonho! com o que eu quero formar. Não é pequeno, porém nem por isso impossível. É audacioso. É cheio de raízes que crescem para todos os lados. É algo assim como eu vibrante, urgente, pleno! Como quando encho meus pulmões e dou graças por estar aqui ainda viva. Por ter minha cabeça no lugar, levando em conta as atrocidades que a vida me impôs como prova. E ainda é tão cedo, cedo, cedo... Como diria Renato... Há tanto para t
- Gerar link
- Outros aplicativos
É assim. Eu tenho um movimento rígido, um reflexo de defesa quase que constante. E não é só com você. É um instinto-louco-absinto e incontrolável. E quando você chega perto ele apita como um alarme de perigo para que eu saia em fuga. Uma mensagem, um signo me diz que você é cobiça proibida. Abraço o espaço vago. Então eu bebo o que está no meu copo e acendo um cigarro pra viabilizar a noite. E se eu tremo é de frio e de medo. E se eu tenho esse olhar torto de palhaço triste é porque meu coração não resiste a mais uma comédia. Entre todas as suposições aceito essa: não sei mais como conviver a dois. A desculpa é que quando você amadurece as manias são quase impossíveis de abandonar e quem consegue ficar com alguém cheio de manias? Manias são irritantes. Por isso escolho as manias e talvez nos encontremos em outra vida, outros corpos. De tantos modos que não sei precisar.