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Mostrando postagens de março, 2010
A chuva lava as lamentações. Lava o apego e o grosseiro desespero. A chuva conta os pingos das lágrimas nas telhas. O dia amanhece cinza e os olhos enevoados de apatia. Tempo. O tempo engana a gente. Pergunto ao meu café: onde foi que me perdi? Onde... foi... que enfiei meus sonhos e desejos. Meus desajeitados anseios? Tenho medo disso. E o medo congela. Então eu corro, corro e, quando paro, tenho a sensação de que corri em vão. E quando a gente corre, corre e o tempo passa e a gente se vê no mesmo lugar, só que mais sozinho? Mais escuro. Fecho os olhos e visualizo o sol que não está lá. Fecho e não quero mais abrir.
Feche meus ouvidos para o que não me serve. Para o que não faz bem pra alma. Tampe minha boca, para que eu não grite impropérios. Eleve meu espírito ao objetivo supremo. Cante a canção que Nina, dance os cabelos em cima de meus olhos cansados. Perfume o ar que minhas narinas respiram. Mate as dores que se espalham como hera a me sufocar. Traga-me a PAZ. Dê-me a paz que eu tanto preciso. Diga! Morro logo? Quando Deus quiser...Mesmo que enfrente face-a-face a Morte pegajosa, jocosa. Mesmo que Suas mãos frias estrangulem minha garganta toda santa manhã. Ainda que acaricie minha fronte ao embalar no sono. Em meu quarto um floral como medicina, um cheirinho de alecrim, pra espantar o mau agouro que vem quando a tristeza me visita. Umas letras soltas por aí...
A vida é pesada demais. São tantas mágoas, tantas coisas para carregar, que seria impossível contar. A tristeza me dá náuseas. Choro debaixo do chuveiro e imploro ajuda a Deus para que não me deixe desistir. Tento controlar a vontade imensa de vomitar o estômago. De vomitar a tristeza. Mil porquês descem como estacas em minha cabeça. Mil palavras, mil momentos, que não posso compreender. A vida é dura. E a morte me distrai.
Há muito para ser dito. Lágrimas falam por si. A rotina fala. O corpo doente. A mente atribulada.