Porque não enfia um no rabo e estoura?!
" Um momento senhora, vou consultar a supervisão." Aquela família que morava ao lado irritava de vez enquando . Rolava até uma comunicação básica: eu ligava o rádio, ele batia a janela, eu abaixava o rádio. Ele gritava gol , eu gritava caramba!, ele moderava. Era até perfeito. A mãe saía, a molecada tomava a casa com um pagode nas alturas e a correria escada abaixo, escada acima, que não deixava ninguém dormir por aqui. No dia seguinte, a mãe chegava, fazia um escarcéu por causa da zona e tudo se normalizava. Mudaram. Depois de tantos anos, o silêncio me era incômodo . Sentia uma solidão na casa ao lado. Durou pouco. Vieram pedreiros e pintores e por mais de mês meu despertador era o martelo ou a furadeira . Ai, que inferno! Eu não podia fazer nada. O dia inteiro aquele barulho. E não bastasse isso, eu, pelada no quarto depois do banho, me deparava com um cabra na lage ao lado, furando, pintando, lixando e o escambau . Puta inconveniente, viu! Aí chegou outra família. Maio