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Mostrando postagens de outubro, 2008

Amantes de muito.

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Foi tão bom ver você hoje. Misturar nossos perfumes e ficar entrelaçados vendo TV. Foi tão bom conversar com você. Essa nossa conversa trivial, pré-pós toda sintonia. E o cansaço e a histeria deram lugar ao alívio dos seus braços debaixo das cobertas. Por baixo de descobertas. Minhas pernas descobertas. A tez completamente nua, tórrida e plácida, como se tivesse recebido um dardo calmante. Fumar aquele cigarro e dar risadas, atravessar a rua na garoa fina e terminar num beijo. Amanhã tem mais, logo te vejo.

Just a little bit of piece...

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São seis dias pra chegar o primeiro. é sempre esse tormento, essa apatia. Eu tento ir por um caminho escuro e úmido, onde não possa encontrar viva alma, porque quero a paz da solidão. Mas não há caminho sequer em que não rasteje um ser por valas ou se jogue no meio fio. Não há solidão completa se há moscas rondando as maçãs nas copas verdejantes. ////////////////////////loneliness///////////////////////// _ Ohh, can't anybody see We've got a war to fight Never found our way Regardless of what they say How can it feel, this wrong From this moment How can it feel, this wrong Storm.. in the morning light I feel No more can I say Frozen to myself I got nobody on my side And surely that ain't right And surely that ain't right ////////////roads///////////////portishead///////////////// Nenhum momento congelado, sem a complexidade dos fios invisíveis que atravessam meu corpo e circundam de luzes coloridas e perplexas, talvez pela elegância do negro. Vida caleidoscópica em se
Estou cansada de jogar nesse tabuleiro escorregadio. No capítulo anterior eu fui Lollius e você Thais . Por que? Por isso? Não há saídas ocultas fora do seu mundo. Não há melhores perfumes que os deitados em sua pele naquele verão. Sob a leve compressão dos lábios carmim que murmuravam promessas dormia teu calor inócuo. E meu corpo foi seu templo, sua clareira, seu túmulo. E no fim eu só lamento você nunca ter usado a blusa. Eu carregava sempre uma blusa na bolsa, caso fizesse frio em nossa vida. Pra te agasalhar, pra te proteger, pra te aquecer. Glorioso amor.
Há um grande vazio nesta couraça. Oca. Inóspita. No máximo invadida momentaneamente pelo fumarento cigarro que desgastou entre os dedos, há muito pouco, no Vale do Anhangabaú . Esfumaçando os pensamentos que se dispersavam numa angústia inefável e abrasiva. Agora, diante da tela lúcida de um computador, divido meu tempo entre trabalhar e amordaçar a dor. O copo d'água em cima da mesa transpira, faz transpassar seu conteúdo, assim como permito que os nervos aflorem em trêmulos gestos nos dedos e no olhar incontido . A calma que encomendei não chegou e não consigo raciocinar. Um misto de inquietação e incapacidade de dar continuidade ao que quer que seja bloqueia os ouvidos e a sala explodindo em verborrágica onda me incomoda. Mal saem essas letras, misturadas ao suor dos dedos que teimam digitar errado. Um grito mudo ecoa nesse vazio todo. Não vejo a hora de sair e fumar mais um cigarro: minha dispersão.
Acordei, mas a Vida não estava lá. Subiu n'algum muro para gritar a plenos pulmões pelo amor da Morte. Pra que esta voltasse "peloamordedeus", porque o ar acabara. Fiquei ali, o corpo hirto, pálido como cera, olhando o estrago. As veias já não transportavam o sangue - este tornou-se frio. Entre o som atordoante da cidade e um piiiii no ouvido, veio aquela música. A que anunciou. A fúnebre. Eu queria que meu corpo acabasse ali, no assoalho, em gotas, aos pedaços. Os dias nunca haviam sido tão solitários solitários solitários solitários solitários solitários solitários solitários solitários solitários solitários solitários solitários solitários solitários solitários solitários solitários solitários solitários solitários solitários solitários solitários solitários solitários solitários solitários solitários solitários solitários solitários solitários solitários solitários solitários solitários solitários solitários solitários solitários solitários solitários solitários solit
Não há música. O quarto é frio e atravancado de coisas por cima de coisas. Solidão. É quando está rodeado de pessoas e mesmo assim se sente só. Você me disse que eu deveria pensar bem. Que possivelmente me fazia um favor, já que eu achava tudo aquilo. Vim pensando nesses oito meses, e a única conclusão que cheguei é que não se pode lutar contra um fato (considerações jornalísticas aplicam-se muito bem, sim). É o que é. Não posso parar a vida em função disso, mas não há como negá-lo. Então, eu me rendo! Permito-me conviver com isso, já tão além de minhas forças. Tão incrustado em meu corpo, um cheiro que não cessa nunca. Uma sensação inesgotável do ontem, a visão da primeira vez... Aceito meus erros e fraquezas e não espero, nem deixo de esperar mais nada. Simplesmente solto a vida para que ela faça o que bem entender. O meu tempo mudou e hoje eu acordei outra.